Pra quem ainda não assistiu, vale muito a pena!
O filme Black, conta a história de Michelle, uma menina que desde o nascimento é cega e surda e seu professor Debraj Sahai, o qual dedicou toda a sua vida na educação de Michelle. Mais que ensinar a menina a ler em braile ou a se comunicar, o professor se esforçava para que ela fosse feliz, e encontrasse a luz do conhecimento.
Logo no início do filme, aparece a cena de Michelle, aos 40 anos procurando o seu professor que não via há 12 anos. Porém ao encontra-lo percebe que o mesmo já não lembra de nada, pelo fato de possuir Mal de Alzheimer. Debraj além de não lembrar nenhum fato, esquecera também da fala. Michelle decide então ajudar seu professor, da mesma maneira como este o ajudara na sua infância, pois acredita em sua recuperação. Desta forma, passa a escrever sua história, em braile, na intenção que seu professor lembre do seu passado. Essa história que Michelle escreve é o enredo do filme, desde a sua infância, até sua formatura e reencontro com Debraj.
A história apresentada por Michelle inicia com a reação de seus pais ao saberem que a mesma era surda e cega. Mais tarde ao 8 anos de idade, Michelle, devido a sua dificuldade em dar e receber afeto ― salvo na convivência com a mãe ― era considerada, por sua família, como um animal, um ser incapaz de interagir socialmente e, finalmente, como um risco, após o nascimento de sua irmã Sara. Sua família considera que a única solução seria mandá-la para um asilo. É justamente o afeto da mãe que salva Michelle de tal condenação e põe em sua vida o professor Debraj Sahai.
Inicialmente, Debraj tenta aplicar a sua pupila os mesmos métodos que utilizava com outros alunos deficientes os quais ensinou. Os métodos do professor não agradam os pais de Michelle. Este, no início, encontra grande aversão do pai, tanto no referente à pessoa do professor quanto a eficácia do método inicialmente utilizado. Mas na sua ausência, usa todos os seus artifícios para tentar fazer com que Michelle compreenda o sentido das coisas. Diante das singularidades de sua aluna e na resistência de sua família, percebeu que deveria experimentar algo novo. Então se isola com ela nos vinte dias da ausência do pai de Michelle e procura condiciona – lá, em uma tarefa exaustiva, na qual muitas vezes passa de educador a educando. No entanto, nessa luta em “domesticar” Michelle que o extraordinário, no último momento, acontece: as trevas da menina se convertem em luz.
Aos poucos o professor mostrou que ao contrário do que seus pais pensavam ela aprenderia, através de seu método, e seria uma pessoa independente. Desta forma, com muita insistência o professor acaba ficando na casa por mostrar algum progresso com a menina. Através dos dedos, ensinou a Michelle a língua de sinais e o significado das palavras, bem como a superação de alguns medos como o medo de água.
Nasce assim uma longa amizade entre o professor e a aluna, e uma relação de confiança com a família da menina.
Anos mais tarde, Michelle jovem, é apresentada como uma moça dedicada, e feliz, mas com alguns sonhos ainda a se realizar. Ela aparece bem independente, conhecendo muito bem a linguagem de sinais e com o sonho de entrar para a universidade. Sua família se comunica com a jovem de maneira muito clara, pois todos dominam a linguagem de sinais e podem interagir com a mesma.
Para ser aceita na universidade Michelle teria que passar por uma entrevista. A resposta que fez com que aprovassem seu ingresso na universidade, quando questionada sobre o que é o conhecimento, foi a seguinte:
“Conhecimento é tudo. Conhecimento é espírito, sabedoria, coragem, luz, som. Conhecimento é a Bíblia, Deus. Conhecimento é meu professor”.
Desta forma, é aceita na universidade e inicia uma nova vida, com muito mais autonomia e independência da família, porém dependendo muito ainda do seu professor, o qual a acompanha como interprete nas aulas e a estimula a estudar muito. Parece que este tenha sido um dos momentos mais felizes de Michelle pois muitas portas se abriram.
Depois de três anos consecutivos sendo reprovada, Michelle pensa em desistir da universidade, mas seu professor continua a estimula-la pois dedicara muitos anos de sua vida em função da educação da jovem e não queria ver todo o seu esforço jogado fora.
Para ajudar na educação de Michelle, os livros do seu curso são publicados em braile, o que facilitou muito seu aprendizado.
A esta altura, Debraj já começa a apresentar os primeiro sintomas de sua doença, esquecendo o caminho da saída da universidade, ou mesmo esquecendo Michelle na sorveteria, o que a deixou muito irritada.
Com o ocorrido, surge em Michelle o medo de que Debraj a esqueça. Outro novo sentimento que surge em Michelle é o de não poder experimentar o amor físico por nenhum homem. Isso se inicia com a noticia do casamento de sua irmã. Com a confusão de sentimentos, Michelle pede a Debraj que a beije. Este fato, porém leva o professor a se afastar da jovem. E a partir daí não mantém mais contato.
A continuação do filme é o reencontro com o professor após 12 anos sem contato e as tentativas de Michelle em querer fazer o professor voltar a falar ou lembrar do seu passado. Nesse mesmo tempo, finalmente Michelle consegue se formar, e dá seu depoimento no momento da formatura. Um depoimento muito marcante, fazendo muitos rirem e também chorarem. Falou que o único momento em que desejou conseguir ver, seria aquele, pois desejava ver o seu professor a vendo se formar.
O filme termina finalmente com Michelle indo ao encontro de Debraj no manicômio onde este se encontrava. Ela de beca, é reconhecida pelo professor, e tentando balbuciar a palavra água, após colocar a mão na água da chuva, lembrando as mesmas cenas que vivera ao tentar ensinar a menina de 8 anos a falar e gravar o significado das palavra. Agora porém era Michelle que educava, com o mesmo método desenvolvido por seu professor.
O filme que foi baseado na história de vida de Hellen Keller, ressalta a importância da afetividade no contexto da educação, representado pela aluna e seu professor. Sabemos que a escola assume cada vez mais esta função como formadora de valores, os quais deveriam ser gerados no seio da família. Percebe-se assim, que para que a educação ocorra de uma forma mais promissora, é necessário o envolvimento afetivo entre as partes envolvidas na construção da personalidade e do intelecto do educando. Sem haver uma ligação afetuosa entre o professor e o aluno, não ocorre educação e não há formação do cidadão.
CF
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